Padre Vidal |
O encontro de Maria da Luz Rocha com o Padre Vidal, referido anteriormente, em data imprecisa de 1955, foi providencial. O Padre António Henriques Vidal, com os seus conhecimentos de iniciativas semelhantes e com a preocupação radical de levar à prática a Boa Nova de Jesus Cristo, abriu portas, sugeriu caminhos, procurou contactos e ajudou com indiscutível entusiasmo a obra nascente. Em boa hora, pois, se deslocou Maria da Luz a Aveiro, não apenas para passar pela Livraria Católica, mas também. Tinha por hábito fazer compras na cidade dos canais e na livraria procurava obras de formação cristã, para si e para emprestar a pessoas amigas. Agora, para se documentar sobre a melhor maneira de apoiar as raparigas e mulheres que estavam a ser encaminhadas para uma vida nova.
Durante a conversa que estabeleceu com aquele sacerdote, surgiram perguntas sobre os livros a comprar, tendo, na altura, esclarecido a natureza das suas leituras. Ao tomar conhecimento do trabalho social e caritativo que estava em marcha, o Padre Vidal mostra interesse em ver de perto esta ação inovadora na região, o que veio a acontecer pouco tempo depois.
Como pessoa envolvida em questões morais e de formação, o Padre Vidal procurava documentar-se e o que vai descobrindo, nesse âmbito, é canalizado para Maria da Luz e Rosa Bela.
O Padre Vidal, sacerdote virtuoso e muito dinâmico, sente-se envolvido por mais este desafio que Deus lhe proporcionou, assumindo uma colaboração institucional muito relevante, tendo sido assistente eclesiástico desde o início até 10 de outubro de 1970. Nunca foi um assistente que aconselhava quando era procurado, mas tornou-se presença assídua e empenhada, que se inteirava dos casos concretos das raparigas e mulheres acolhidas e de suas famílias, com quem dialoga no sentido de criar empatia e de promover aproximações entre as rejeitadas e seus familiares.
Quem o conheceu de perto, como nós o conhecemos, sabe que ele possuía o dom de se entusiasmar pelas coisas de Deus, envolvendo os que gravitavam à sua volta. Homem de oração fervorosa, não se ficava por aí, tentando sempre levar à prática, na vida real das pessoas e das comunidades de que foi pároco, uma vida nova alicerçada no Evangelho.
Dizia-se que este sacerdote nunca iniciava qualquer tarefa espinhosa sem “conversar”, horas sem conta, com o Senhor, junto do sacrário. Era, realmente, um homem de ação, de oração e de coração generoso.
Nasceu em 16 de julho de 1922 e foi ordenado presbítero em 29 de junho de 1951, por D. João Evangelista de Lima Vidal. Faleceu em Fátima, no Lar de Betânia, das Cooperadoras da Família, no dia 24 de maio de 2000, tendo sido sepultado no dia 26 do mesmo mês e ano, no cemitério de Valongo do Vouga.
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