Ninguém, por mais insensível que seja, pode ficar indiferente à sua mãe, presente no dia a dia de cada um, olhando os nossos passos, periclitantes no início da nossa existência, ou firmes e resolutos na vida ativa. À mãe devemos tudo: a vida, o falar, os primeiros passos inseguros, os cuidados ao longo da vida, o carinho e a ternura que nos tornam pessoas capazes de amar, a educação para a partilha solidária, a fé que nos ajudou a descobrir, enfim, tudo o que nos faz gente saudável de corpo e alma. E eu muito mais devo à minha saudosa mãe, que o povo tratava por Rosita Facica. Rosita porque era de estatura mediana e Facica por descender de um ramo familiar cujos apelidos, Francisco da Rocha, se propagaram nas Gafanhas. De Francisco surgiu o Facica.
A minha mãe nasceu em 23 de fevereiro de 1910 e faleceu em 15 de maio de 1994. Doente bastantes anos, esteve lúcida até morrer, o que aconteceu durante o almoço no Hospital de Aveiro.