Já temos a Feira de Março de portas abertas, com a
publicidade a garantir que vai ser animada. Certo é que, apesar da animação e
exposição de muito que diz respeito ao mundo empresarial do nosso distrito, a
mais que centenária feira, que começa em março e acaba em abril de cada ano, já
não terá o impacto de há boas décadas, em que o povo se divertia e comprava,
nas barracas de bugigangas e utensílios de cozinha, o que faltava para o dia a
dia. Os tempos eram realmente outros, sem as grandes superfícies a imperarem
por todos os cantos.
Na nossa meninice, a segunda-feira da Páscoa era sagrada. A
Auto Viação Aveirense trabalhava sem horário fixo, que era preciso levar e
trazer de volta os gafanhões, porque automóvel não era para toda a gente.
Poupava-se para nesse dia, sobretudo, se comprar o que era preciso, mas também
para gozar a alegria dum Carrocel, de uma ida ao Poço da Morte, ao Circo ou ao
Comboio Fantasma. E também, diga-se de passagem, para comer umas farturas.
Hoje, é tudo ou quase tudo diferente e as diversões
batem-nos à porta a cada momento. O mesmo se diga sobre as farturas, que já não
são exclusivas da Feira de Março.
Boas compras, boas diversões e alguns petiscos, que a vida
são dois dias…
Fernando Martins
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