Tinha saudades desta escadaria. Por ela, subi até ao “Correio do Vouga” imensas vezes. Desci outras tantas. De uma vez, corri até ao cimo e desci na mesma velocidade. Momentos depois, sofri um enfarte. Estávamos em 8 dezembro de 2006. Depois, passei a olhar para ela com certo temor. Talvez infundado, mas enfim. Hoje, subi e desci a pensar nisso. Fui com calma, agarrado ao corrimão. Tudo bem. Apenas a chuva torrencial que me molhou à chegada me incomodou.
Quando descia, ouvi o sinal sonoro que foi montado há anos para avisar que estava a chegar gente. Ao subir, não dei por ele.
Bons tempos em que nem notava os anos a passar, por gostar do que fazia. Quem corre por gosta não cansa, diz o ditado. E é verdade.
Os meus tempos do jornalismo abriram-me mais ao mundo em que estamos. Ao jornal, se chegavam notícias que formavam e informavam pela positiva, também não faltavam as que refletiam mágoas, tristezas, incompreensões, desgostos. E se as primeiras eram bem-vindas, as outras exigiam atenção, que do negativo podemos e devemos descobrir a vertente que tranquiliza.
Já lá vão 14 anos, mas soube-me bem recordar o que antes vivi no jornal diocesano, levado hoje por esta escadaria, ao som do aviso sonoro que alerta quem está para gente que vem a caminho. E de passagem, permitam-me que agradeça a atenção e o carinho com que fui recebido pela Teresa e pelo Jorge, amigos de há muito.
Fernando Martins
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