sábado, 13 de abril de 2019
quinta-feira, 28 de março de 2019
Painel Cerâmico de Zé Augusto
Memória de há nove anos
Na rotunda da cintura interna, na Cale da Vila, foi inaugurado um painel cerâmico do artista aveirense Zé Augusto, para assinalar a ligação ferroviária ao Porto de Aveiro e às novas estruturas rodoviárias.
Sempre gostei de arte nas ruas da cidade. De qualquer cidade e mesmo das vilas e aldeias. É uma forma positiva de educar a sensibilidade artística do povo local e de quem por elas passa. Congratulo-me, por isso.
Acresce o facto de o painel ser da autoria de um dos mais expressivos artistas aveirenses desta área, já representado, também numa obra da responsabilidade da APA (Administração do Porto de Aveiro), no paredão da Meia-Laranja, na Praia da Barra. Aqui fica o convite aos meus amigos para que passem por lá para apreciar mais este trabalho de Zé Augusto.
FM
NOTA: Publicado em 28 de março de 1910, ano do centenário da criação da freguesia e paróquia.
quarta-feira, 27 de março de 2019
Recordando o meu irmão: O menino morreu há 12 anos
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Armando da Rocha Martins(25-10-1941 — 27-3-2007) | 
Ainda hoje me lembro com saudade do dia em que, empoleirado no muro frontal à nossa casa, encimado por uma rede de arame a que me segurava, o João Edmundo Ramos (primo afastado) me perguntou onde estava o meu menino Jesus. Respondi-lhe que estava a nanar, palavra que me veio de minha mãe, conhecida por Rosita Facica. E a partir daí, tanto quanto consigo recordar, passei a tratar o meu irmão por menino, mais novo do que eu três anos. Ele chamava-me mano. 
Nas conversas que mantivemos, desde sempre e até à sua morte, que ocorreu em 27 de março de 2007, nunca o tratei por Armando, o seu nome, nem ele me chamou Fernando, o meu nome. Menino e Mano ficaram para as nossas vidas, qualquer que fosse a situação em que nos encontrássemos. Para os outros, em geral, ele era o Grilo, apelido da nossa família paterna. Curiosamente, eu nunca fui considerado Grilo ou Facica, o apelido da nossa linha materna.
Três anos nos separavam e os grupos de amigos não coincidiam. Eu prossegui estudos e ele, em determinada altura, optou por trabalhar, depois de o nosso pai lhe perguntar o que é que ele queria na vida. E assim foi.
Depois de algumas experiências profissionais e de uma tentativa de emigração, acertou o passo no comércio e na indústria, onde foi figura preponderante no meio bacalhoeiro, mas não só. 
Casado com a Julita,  com dois filhos, o Miguel e a Carla, ficou encantado com os dois netos, o Martim e o Levi, em quem se revia, contando-nos estórias de que se ria e nos fazia rir. Qualquer episódio, por mais simples que fosse, o meu irmão, o Menino, dramatizava-o com graça e arte, como se estivesse a representar num palco de teatro, estando, contudo, no palco da vida, onde as alegrias têm cabimento garantido, de mistura com algumas dores, próprias da nossa natureza frágil. Jamais esquecerei as suas risadas provocadas pelo Martim, que tinha em criança hábitos de chaveiro. Chaves que estivessem a jeito, bolso com elas. Eram suas e guardava-as bem guardadas para ninguém as descobrir. E contava o meu irmão que tinha de lhe telefonar para ele explicar bem direitinho onde as tinha escondido, porque sem elas não podia abrir as portas. E o Martim lá cedia.
Em 2006, quando tive o enfarte, ele ficava a olhar para mim, quantas vezes sem falar, mas eu notava no seu silêncio a inquietação que lhe ia na alma. Há silêncios que dizem mais que mil palavras. 
Recordo-o todos os dias nas minhas orações matinais, num lote de familiares e amigos que vai crescendo, ultimamente com mais intensidade. Que Deus o guarde no seu regaço maternal, para um dia, quando nos reencontrarmos, cara a cara,  e nos tratarmos como sempre o fizemos, por Menino e Mano, revivermos, com todo o tempo do mundo, os momentos agradáveis da vida terrena, que os desagradáveis não os queremos lá connosco. 
Fernando,  o teu mano
NOTA: Texto publicado em 31 de maio de 2021 no Pela Positiva
NOTA: Texto publicado em 31 de maio de 2021 no Pela Positiva
segunda-feira, 25 de março de 2019
Feira de Março já de portas abertas
Já temos a Feira de Março de portas abertas, com a
publicidade a garantir que vai ser animada. Certo é que, apesar da animação e
exposição de muito que diz respeito ao mundo empresarial do nosso distrito, a
mais que centenária feira, que começa em março e acaba em abril de cada ano, já
não terá o impacto de há boas décadas, em que o povo se divertia e comprava,
nas barracas de bugigangas e utensílios de cozinha, o que faltava para o dia a
dia. Os tempos eram realmente outros, sem as grandes superfícies a imperarem
por todos os cantos. 
Na nossa meninice, a segunda-feira da Páscoa era sagrada. A
Auto Viação Aveirense trabalhava sem horário fixo, que era preciso levar e
trazer de volta os gafanhões, porque automóvel não era para toda a gente.
Poupava-se para nesse dia, sobretudo, se comprar o que era preciso, mas também
para gozar a alegria dum Carrocel, de uma ida ao Poço da Morte, ao Circo ou ao
Comboio Fantasma. E também, diga-se de passagem, para comer umas farturas. 
Hoje, é tudo ou quase tudo diferente e as diversões
batem-nos à porta a cada momento. O mesmo se diga sobre as farturas, que já não
são exclusivas da Feira de Março. 
Boas compras, boas diversões e alguns petiscos, que a vida
são dois dias… 
Fernando Martins
quarta-feira, 13 de março de 2019
Raul Brandão: A chegada à Madeira
“Fundeamos e a Madeira abre-nos os braços, com a Ponta do Garajau num extremo, e a Ponta da Cruz no outro extremo. Adivinho as casas, que por ora são fantasmas e descem lá do alto até à praia. Agora o tom cinzento desapareceu, domina o azul e o oiro, e na minha frente o grande anfiteatro verde dos montes ergue-se como um altar até ao céu. É uma serra a pique, é uma serra voluptuosa e verde que se oferece lânguida e verde" (...) 
Raul Brandão, escritor nascido em 1867, no Porto, escreveu “As Ilhas Desconhecidas”, um livro publicado pela primeira vez, em 1926, que reúne notas e reflexões da sua viagem à Madeira e aos Açores.
NOTA:
1. Da nossa única visita à Madeira, guardamos, ainda com alguma nitidez, o colorido da Ilha, a afabilidade das gentes, as autoestradas do Alberto João e a marca bem visível da capacidade turística daquele rincão luso no meio do oceano. Sonhei voltar, mas fiquei-me pela hipótese...; 
2. As fotografias que ontem achei no meio de centenas não são de boa qualidade, mas dão para perceber quanto a ilha tem a nível de panoramas convidativos à descontração que pudemos perceber. Contudo, dão a ideia da nossa juventude que, entretanto,  passa a  feliz recordação;
3. Esta mensagem, neste meu espaço de memórias, vem na sequência do texto que li hoje em Portos de Portugal.  
sábado, 9 de março de 2019
Quando o maior navio de sempre entrou no Porto de Aveiro
| Carlos Oliveira, do Porto de Aveiro, entrega uma lembrança ao comandante | 
![]()  | 
| Comandante, Carlos Oliveira e empresários | 
| Recanto do Beluga | 
Tive o privilégio de testemunhar, no dia 14 de julho de 2008, um acontecimento histórico no Porto de Aveiro, entre algumas pessoas que vibram com as vitórias da maior infraestrutura portuária da região centro de Portugal. Pela primeira vez na sua já longa vida de mais de 200 anos, tantos quantos leva da abertura da Barra, o Porto de Aveiro acolheu o maior navio de sempre, o “Beluga Intonation”. O convite veio do meu amigo Carlos Oliveira, que teve a gentileza de me vir buscar a casa, já noite fechada, para presenciar ao vivo o aparato do momento até ali inédito. 
O “Beluga Intonation”, com os seus 166 metros de comprimento (170 com o quebra-gelo), demandou a zona portuária com uma carga de aerogeradores e outros materiais destinados à indústria de energia alternativa. Comandado pelo capitão Johan Marcel Buysse, o "Beluga Intonation" apresentou-se altaneiro, no domingo, na tranquilidade com que passou a barra, rumo a um descanso merecido, enquanto a carga seria, como foi, colocada no cais, graças ao esforço de três potentes gruas do próprio navio. 
Na torre de comando, no 6.º andar, de onde se divisavam a área portuária, a ria e terras circunvizinhas, demarcadas pela iluminação de ruas e habitações, Carlos Oliveira, em representação da APA (Administração do Porto de Aveiro), apresentou cumprimentos ao comandante, sublinhando o significado da estadia do seu navio no nosso porto. Oferecendo-lhe como lembrança desta sua presença entre nós o livro “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”, de Inês Amorim, editado no âmbito das comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro, expressou a garantia da excelente operacionalidade do nosso porto. 
Também o capitão Johan mostrou a sua satisfação pelo acolhimento que lhe foi prestado, bem como pelos bons serviços desenvolvidos pelos diversos operadores portuários. Os aerogeradores chegados a Aveiro vieram da Índia com destino a uma empresa sediada em Vagos, para ali serem transformados. Posteriormente, uns serão exportados para os EUA e outros destinar-se-ão aos campos eólicos do nosso país. 
FM
quinta-feira, 7 de março de 2019
Recordando: Uma tarde no ZOOmarine
Evoco hoje uma tarde no ZOOmarine, Algarve, já lá vão 10 anos, a completar no próximo mês de abril. Faço-o agora para não correr o risco de me esquecer, apesar da grata experiência em tempo de férias da Páscoa.
De Albufeira, de que falarei noutra recordação, partimos rumo ao famoso parque pedagógico e de diversões, com ambiente cuidado e desafiante, qual Floresta Encantada, com tudo e mais alguma coisa: Golfinhos, aves exóticas, animais ferozes, domesticados, uns, e selvagens, outros, com cinema, aquários, exposições, para além de uma panóplia de diversões e sessões em salas próprias, para todas as idades e gostos. Ali não faltava nada, com ordem, programação, atendimento adequado, explicações oportunas, demonstrações atempadas e tudo o que possa imaginar-se. Mas os golfinhos, amigos, foram momento nobre e exuberante.
De Albufeira, de que falarei noutra recordação, partimos rumo ao famoso parque pedagógico e de diversões, com ambiente cuidado e desafiante, qual Floresta Encantada, com tudo e mais alguma coisa: Golfinhos, aves exóticas, animais ferozes, domesticados, uns, e selvagens, outros, com cinema, aquários, exposições, para além de uma panóplia de diversões e sessões em salas próprias, para todas as idades e gostos. Ali não faltava nada, com ordem, programação, atendimento adequado, explicações oportunas, demonstrações atempadas e tudo o que possa imaginar-se. Mas os golfinhos, amigos, foram momento nobre e exuberante.
Se tudo estiver como há 10 anos encontrei e apreciei o ZOOmarine, vale a pena a visita.  
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