Partilho hoje, neste meu espaço de memórias, uma fotografia dos meus arquivos, com trajes e bicicletas de antigamente. Tem andado na moda recuperar antigos velocípedes, não faltando quem se dedique a essa tarefa com saber e bom gosto. Em dias festivos, é certo e sabido que não faltam os apaixonados por antiguidades. Ali está a mulher com chapéu de palha e três gafanhões exibindo boné, boina e barrete, montados nas suas recuperadas bicicletas do tempo dos seus pais ou avós.Não consigo ver bem, mas o gafanhão, terceiro a contar da esquerda, apresenta as suas ceroulas de flanela, com atilhos em baixo. O do colete tem respeito pelas horas certas, com o seu relógio de bolso.
sábado, 16 de fevereiro de 2019
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
O Farol do Cabo Mondego é mais antigo que o nosso
Farol do Cabo Mondego |
Farol do Cabo Mondego. Um dia destes dias vou passar por lá para matar saudades. O recanto da Serra da Boa Viagem, onde está o farol, com o oceano a seus pés a desafiar a nossa imaginação, é mesmo de uma serenidade ímpar.
O Farol do Cabo Mondego é mais antigo do que o nosso, o da Barra de Aveiro, com mais 15 mil visitantes no último ano. Mas na idade leva-nos a palma, pois foi inaugurado em 1858, quando o nosso somente viveu a festa em 31 de agosto de 1893. Aliás, quando se reclamou um farol para a Barra de Aveiro, argumentava-se que, entre a Foz do Mondego e a Foz do Douro, não havia qualquer sinalização luminosa que evitasse os naufrágios.
Hoje orgulhamo-nos do nosso Farol e honramos o Farol do Cabo Mondego, com toda a justiça.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
Dia Mundial da Rádio - 13 de fevereiro
O rádio da minha juventude tem lugar de honra na minha tebaida |
O Dia Mundial da Rádio celebra-se hoje, 13 de fevereiro. Foi neste dia que a United Nations Radio emitiu pela primeira vez, em 1946, em simultâneo, para um grupo de seis países, como se pode ler no Google em notas referentes a esta efeméride.
Quando nasceu a TV, logo surgiu a ideia de que esta nova tecnologia da comunicação acabaria, mais dia menos dia, por destronar a Rádio, que tanta gente mobilizava, quer como profissionais quer como ouvintes. Mas tal não aconteceu. A Rádio, na minha modesta opinião, soube resistir e adaptar-se.
Durante a minha juventude, fui ouvinte assíduo das emissoras de rádio, tanto nas horas de noticiário como durante os períodos de música, de mistura com relatos de competições desportivas, entrevistas e outras reportagens, neste caso com “retratos” de terras da nossa terra.
Na altura em que me encontrava doente, acamado, como diversas vezes tenho dito, a Rádio foi minha fiel companheira de horas e horas, destacando-se um programa de discos pedidos que alguns amigos me dedicavam, com solicitações feitas via postais do correio. E ainda tenho presente no saco das boas recordações algumas entrevistas feitas por Igrejas Caeiro, um radialista e produtor de muito nível, que trabalhava com a sua esposa Irene Velez.
Ouvia também as comunicações via rádio, onda curta, entre os mestres das traineiras e os capitães dos navios bacalhoeiros, estes, sobretudo, quando regressavam dos bancos da Terra Nova e Groenlândia. Nos primeiros casos, os mestres comunicavam como decorriam as pescarias, se havia muito ou pouco peixe (dizia-se, na altura, que falavam por código). E das comunicações dos bacalhoeiros ficávamos a saber o dia e hora da chegada à entrada da barra, onde os navios eram esperados com euforia.
Ainda lembro a Hora da Saudade, com mensagens gravadas para as tripulações dos navios da pesca do bacalhau, enviadas pelos seus familiares. Eu próprio falei para o meu pai, lendo uma mensagem curta mas muito sentida.
Hoje, tantos anos depois de a TV dominar grande parte do mundo da comunicação, eu continuo a dar preferência aos programas de rádio, enquanto trabalho nos meus espaços. Nos meus gostos, estão a música variada e selecionada com critérios diversos, conforme a estação emissora, os noticiários sintéticos baseados na máxima de que a rádio dá a notícia, a TV mostra-a e o jornal tem por função explicar, com mais pormenor, o que aconteceu.
Fernando Martins
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
O meu recanto e a planta de minha mãe
Gosto do meu recanto criado no sótão. Ali, depois de subir degrau a degrau, agarrado ao corrimão, isolado do burburinho caseiro, leio tranquilamente, sem nada que me possa perturbar. Só há uma janela para ver a paisagem, pela qual vejo ao longe a mata da Gafanha, que vi crescer desde a minha infância. Silêncio de ouro. Nem sombra de gente e de carros, nem o sol do entardecer a pousar no mar, nem o chilrear da passarada, apenas a chuva que marca o ritmo no telhado de chapa ensanduichada.
Na minha frente, ao lado da janela, há uma planta herdada de minha saudosa mãe. Até parece que a estou a ouvir: “Rega-me essa planta; não vez que está a precisar de água?”
Levanto-me, pressuroso, e confirmo. Pego na garrafa, sempre disponível, e rego a planta que minha mãe nos deixou.
F. M.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
Aveiro - As Pirâmides - 1930
Esta foto, da década de 30 do século passado, estava entre a minha papelada à espera de ser encontrada e tonada pública. Há muitas semelhantes, todos sabemos, mas esta teve o privilégio de cair nas minhas mãos, decerto a pensar que um dia voltaria a ver a luz do dia, para mostrar às novas gerações que o tempo do preto e branco, o mais natural, predominava. Contudo, não falta quem tenha preferência por esta técnica fotográfica, mais ao gosto, julgo eu, dos amadores da fotografia. Terão, as fotos, outra alma?
A fotografia, como sempre, não engana ninguém. As pirâmides lá estão a marcar a paisagem e a dar nome ao lugar, que todos os aveirenses conhecem: "As Pirâmides".
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
Grandes Veleiros
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Veleiro no Porto de Aveiro |
Como nado e criado com ria e mar à vista, gosto de veleiros, navios e barquinhos. Daí o ter ficado encantado quando os grandes veleiros nos visitaram, atraindo, num cálculo a esmo, milhares de visitantes, um pouco de todo o país. E de vez em quando, surgem na minha memória imagens que o tempo não consegue apagar nem esmaecer.
Hoje fica no meu blogue este imponente veleiro, na esperança de que outros, de vários quadrantes, nos visitem em breve, para gáudio de todos nós.
F. M.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Eu sou do tempo disto... A Guarita
Eu sou do tempo disto. A Guarita, não sendo um monumento nacional, era um monumento com lugar garantido nas minhas memórias e de muitos da minha geração. Assisti à sua degradação, porventura a caminho do fim sem honra nem glória. Tinha cumprido a sua missão e, como tudo o que já não faz sentido, o seu fim estava traçado. Hoje, temos uma cópia na Jardim Oudinot, graças a entidades com mais sensibilidade e bom gosto.
Quando era miúdo, tantas vezes por ali andei, a pé ou de bicicleta. Sozinho ou acompanhado. Via gente a apanhar recebolo para os porcos. Diziam que a carne dos suínos tinha outro sabor. Teria? Não faço ideia, mas acredito no saber de experiência feito.
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