Dr. Maximiano Ribau |
«Ao fim de tantos anos encontro algo tão bonito como essas palavras que foram proferidas, acerca de um Homem que me orgulho e tive o prazer de lidar. Esta pessoa magnifica que foi e o seus feitos incontáveis. Salvou não uma vida, mas muitas e foram estes os gestos que o denominavam, que o caracterizavam. Já passaram quase 10 anos após esse acontecimento, mas hoje como desejaria estar ao seu lado a ouvi-lo mais uma vez a contar as suas histórias, pois na altura não dei a atenção devida e agora sobram os seus manuscritos e a honra de ter feito parte da história e da vida deste Homem!!!! Obrigada a si, pelas palavras que tão bem me souberem enquanto as lia, recordei, sonhei e chorei.
Filipa R. Nunes
(14 - 05 - 2017, 17h21)
E o que escrevi?
Faleceu o Dr. Ribau
O sol brilhante e acariciador convidou-me esta manhã para um passeio pela
nossa Av. José Estêvão. Meia dúzia de passos andados, dei de chofre com a
notícia do falecimento do Dr. Maximiano Ribau, com a provecta idade de 96 anos. Licenciado
em medicina pela Universidade do Porto, em 1940, desde essa data começou a
exercer clínica na sua terra Natal, Gafanha da Nazaré.
O Dr. Ribau foi médico de inúmeras famílias e pessoas desta sua terra
durante décadas. E em épocas de parcos haveres, para muitos, sempre atendeu os
pacientes, sem preocupações de receber os honorários que lhe eram devidos. Tratava-os,
ao domicílio ou no consultório, e depois se via…
Foi meu médico durante muito tempo, sobretudo durante uma grave doença
pulmonar que me afectou, fatal para muitos nessa altura. Recordo bem a forma
persistente com que me assistia, como me levava a especialistas para não haver
dúvidas sobre o tratamento a seguir, como ralhava comigo quando não tomava
alguns remédios intragáveis. E ainda recordo a sua alegria (e a minha) quando
me deu por curado. Mas acrescentou, então sem perigo de me provocar qualquer
angústia, que escapei por milagre.
Sempre lhe fiquei grato por isso. O Dr. Ribau ainda se envolveu nos
assuntos da terra, chegando a criar a Cooperativa Humanitária, fruto de um
sonho seu, que nunca chegou a atingir os objectivos que se propunha, por várias
razões.
O Dr. Ribau, que hoje [22 de dezembro de 2008] nos deixou, perdurará na
memória de muitos gafanhões como médico competente, interessado pelos seus
doentes e amigo da sua terra e das suas gentes.
O seu funeral será amanhã [23 de dezembro de 2008], pelas 15.30 horas, com
missa de corpo presente, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré.
Paz à sua alma.
Fernando Martins