Evocando o Diácono Emanuel Ribau

No dia 18 de julho de 2015, faleceu o diácono permanente Emanuel Ribau Caçoilo. Natural da Gafanha da Nazaré, onde nasceu em 21 de agosto de 1934, completaria brevemente 82 anos. Foi ordenado diácono permanente em 15 de agosto de 1993 e estava acamado há algum tempo. O Emanuel mostrou, desde muito novo, inclinação para o trabalho eclesial. Frequentou o Seminário de Aveiro, pois sentia-se vocacionado para exercer o sacerdócio. Quis Deus que assim não fosse, vindo a casar com Paulina Conde Sarabando. Foi pai de cinco filhos e avô de dez netos.
Na Eucaristia de sufrágio pela sua alma, o nosso bispo, D. António Moiteiro, realçou o sofrimento humano que sentimos pelo falecimento de algum familiar nosso ou amigo, causado pela dor da ausência, apenas compensada pela certeza, «baseada na fé», de sabermos que aquele que parte vai para junto de Deus. «O sentimento da ausência vai ser preenchido pela certeza da fé e do amor de Deus», disse.
O nosso bispo evocou a bondade natural do diácono permanente Emanuel, mas ainda «a dedicação ao serviço do ministério para que havia sido ordenado», destacando «o serviço dos doentes e da liturgia». E porque o diácono Emanuel «viveu a esperança do amor de Deus», pediu-lhe que interceda junto do Pai pela sua família, pela nossa Diocese de Aveiro e suas maiores necessidades, nomeadamente pelo bispo, presbíteros e diáconos.
Pintor de louça artística, onde revelou muita sensibilidade e arte, também pintou cenários para alguns espetáculos na Gafanha da Nazaré, sempre que solicitado.
Se não foi sacerdote, veio a ser diácono permanente, exercendo a seu ministério na Gafanha da Nazaré, onde era muito estimado e apreciado pela sua dedicação plena ao serviço da Igreja, por mandato dos nossos bispos.
Sempre vimos o diácono permanente Emanuel Ribau Caçoilo como pessoa íntegra e disponível para Deus, para a família e para a Igreja, estando permanentemente atento aos mais sofredores. Nessa linha, foi voluntário no Hospital de Aveiro, acompanhando de perto os doentes mais carecidos de apoio moral e espiritual. Na paróquia, regeu-se pelas mesmas preocupações, quer como catequista, quer como diácono permanente, marcando presença efetiva nas Eucaristias dominicais e diárias, sendo notória a forma cuidada como cumpria as suas tarefas cultuais.
O diácono permanente Emanuel foi em todos os atos da sua vida um exemplo de serenidade, de fé esclarecida, de entrega absoluta a Deus, à sua família e aos irmãos. Foi também um homem de paz, de fervor espiritual, de consensos e de convivência fraterna. Jamais o vimos zangado ou aborrecido. Falava o essencial e no escutar os outros era mestre.


Fernando Martins

Nota: Texto escrito e publicado no dia do seu falecimento.

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