Padre Rezende |
FADO
Com a minha mão direita
fiz uma cova no chão,
Para enterrar os meus olhos
que tão desgraçados são.
O biscoito era torto,
Eu mandei-o escavacar,.
Olha o dialho do biscoito,
Deu lenha pra se queimar.
Rato muito ratão
Um rodovalho roía,
A Rita Rosa Ramalha
Do roer do rato ria.
O biscoito era torto,
Eu mandei-o escavacar,.
Olha o dialho do biscoito,
Deu lenha pra se queimar.
Rato muito ratão
Um rodovalho roía,
A Rita Rosa Ramalha
Do roer do rato ria.
Venho de amar a Jacinta,
de apanhar cevada à mão.
Minha mãe era Jacinta
meu pai era Jacintão.
Uma vez matei um porco,
Salguei-o numa maquia,
Deixei-lhe o rabo de fora
Porque dentro não cabia.
Uma vez matei um porco,
Salguei-o numa maquia,
Deixei-lhe o rabo de fora
Porque dentro não cabia.
Oh! Costa-Nova-do-Prado
e pedras do paredão,
Palheiros de S. Jacinto
Onde os meus amores estão.
Oh! igreja da Murtosa
feita de pedra morena.
Dentro dela ouço missa,
Oh! olhos!... que me condena.
Rezo da minha janela
À Senhora das Areias,
Que me traga o meu amor
Que anda por terras alheias.
Adeus Senhora da Nazaré,
Adeus Carmo mais ao sul,
Adeus Senhora da Saúde
Adeus Carmo mais ao sul,
Adeus Senhora da Saúde
E a Encarnação mais ao pé.
In “Monografia da Gafanha”
do Padre João Vieira Rezende
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