quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A paciência

Pescadores e acompanhantes
Pescadores em hora de descanso?

Aprecio a paciência, nas suas múltiplas expressões, porque traduz qualidades que não possuo em grau elevado. Mas sei reconhecer que a paciência pode trazer aos seus cultores prazeres inesperados. Desde logo, os pescadores desportivos, que são capazes de estar horas e horas à espera que o peixe pique (vulgo ensaie roubar o isco), correndo o risco de ficar preso no anzol. Do mesmo modo, sei que os fotógrafos de animais raros ou fugidios, que temem o homem como o diabo a cruz, que são capazes de ficar à espera, pacientemente, noites inteiras, que eles surjam entre a folhagem das florestas ou nos interstícios das fragas serranas. Mas ainda os fotógrafos que buscam um pôr do sol único, enquadrado por panoramas fascinantes, esperando dias e dias que a oportunidade o surpreenda. 
Hoje fiquei-me pelos pescadores que, na Praia da Barra, durante a tarde abençoada por um sol acalentador, tentaram apanhar uns peixinhos para o jantar. Eram vários, mas não vi que algum pescasse coisa de jeito. E lá ficaram, serenamente, pensando que há dias e dias. Amanhã será melhor, admitirão todos. E eu acredito.

Fernando Martins

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Tenho andado assim


Tenho andado assim. Será da chuva? Será do vento? Será do frio? Das gentes não será certamente. Será talvez da melancolia, que, sem dar por ela, me deixa cabisbaixo e pensativo. Seja disto ou aquilo, uma coisa é certa: vou pôr de lado o tom magoado da pedra chorosa. A alegria tem de prevalecer. 

Gosto dos moliceiros

Gosto dos moliceiros que outrora dominavam os canais lagunares. E quando navegavam à vela, quase deitados de lado sobre a tranquilidade da ria, dominados por homens do leme com o saber de experiência feito, então a paisagem tornava-se deslumbrante. 
Hoje, arredados que foram das fainas da apanha do moliço, sobrevivem na área do turismo, não só para forasteiros darem umas voltinhas, mas também para nós, os mais idosos, podermos alimentar as nossas saudades de tempos que não podem voltar. 
Boa semana para todos, com ou sem moliceiros à vista. 

Fernando Martins

domingo, 11 de novembro de 2018

Imagens do Jardim Oudinot


 Postais ilustrados  
para memória futura
Jardim Oudinot - sala de visitas da nossa terra


O farol no outro lado do canal de Mira

Ria com farol à vista


Igreja matriz vista do Oudinot

Portas d´Água 

O prazer da pesca 

Reflexos do sol na ria 

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Memórias da “Praia do Farol” (3)


Quando eu era miúdo e jovem, o São João era festejado na Praia do Farol, com muita devoção. Era uma festa diferente das que hoje se fazem, quando se fazem. Presentemente, quando se fala do São João da Barra, fala-se de uma sardinhada com boroa e bem regada, com música gravada ou de conjunto musical. E fica-se por aí, mais ou menos. Mas antigamente era muito diferente. 
À minha memória vêm logo os romeiros que a pé, de bicicleta ou de carro se deslocavam para junto da capelinha do São João, vindos de perto e de longe, sendo muito frequente a oferta de cravos  (flores) ao santo milagreiro que tirava os cravos ou verrugas dos dedos das mãos. Esta crença vem de tempos que não posso precisar, mas sei que perdurou pelos tempos fora, até que passou de moda. Confesso que não sei se esta fé nos milagres atribuídos a São João Batista (ou por seu intermédio, junto de Deus) existia noutras terras. 
Nos meus tempos de menino e moço, porém, era certo e sabido que muita gente tinha os tais cravos ou verrugas sobretudo nos dedos das mãos, o que não era nada agradável, diga-se de passagem. Não sei se por falta de higiene se por outro motivo. Contudo, os cravos ou verrugas acabavam por desaparecer tão depressa como depressa apareciam. E neste vaivém os cravos incomodavam o pessoal, sobretudo os jovens. E daí as promessas. 
Penso que os médicos terão elucidado os crentes e neste ínterim começaram a escassear as promessas. E acabaram os cravos (flores) oferecidos ao nosso São João da Barra. Mas é natural que um ou outro devoto ainda entre na pequena igreja do São João, ali bem perto do Farol, para ofertar cravos ao parente de Jesus Cristo, o chamado precursor do nosso Salvador. 

Fernando Martins 

Nota: Sobre a chamada capela de São João da Barra, farei uma nota brevemente. 

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Cores da Torreira

Foto registada há sete anos

As cores da Torreira estão sempre na minha memória. Há anos, a família tinha uma indisfarçável atração pela praia da Torreira, no concelho da Murtosa. Íamos lá com frequência, mas no verão as visitas eram mais frequentes. E daí me ficaram imagens que ainda hoje ocupam um lugar especial na minha memória. Terra por onde passe, é certo e sabido que sempre haverá algo que me prenda ao que vi e senti.
Da Torreira, ficaram-me as cores do céu e da ria, mas também os barcos dos pescadores e os olhares das pessoas, pobres ou ricas. Ainda o cheiro da maré que sobe e desce, ciclicamente, há muitos séculos. Um dia  estive com um amigo muito ligado àquela praia e um pouco dela falámos. Tanto bastou para esta simples recordação que me há de levar um dia destes até lá. Que o tempo melhore e me permita viajar para confirmar as cores, os ares e os cheiros da maresia. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Ruas e ruelas, becos e avenidas da nossa terra


As nossas terras estão cheias de ruas e ruelas, becos e praças, avenidas e alamedas que se cruzam e entrecruzam, bem alinhadas, umas, ou ao deus-dará, outras. As razões são as mais diversas. Todas ou quase todas foram batizadas com nomes que, de alguma forma, justificaram a escolha das autarquias, responsáveis por essa tarefa. 
Temos de reconhecer, porém, que nem sempre será fácil conhecer e até aceitar os nomes das personalidades selecionadas para darem o nome a esses espaços públicos de utilização diária pelas pessoas e veículos. Daí a minha ideia de convidar os meus leitores a escreverem, cada um sobre a sua rua, ruela, praça, avenida ou alameda.
Fico à espera. 

Fernando Martins

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