domingo, 14 de maio de 2017

Dr. Ribau faleceu há 10 anos

Dr. Maximiano Ribau

Confesso que às vezes me comovo (Será da idade?) com mensagens que recebo e palavras amigas que me honram. Hoje, depois de um tempo de descanso, abri o computador e leio de imediato uma mensagem que me havia sido dirigida pouco tempo antes, referente a um texto que publiquei sobre o Dr. Ribau, falecido em 22 de Dezembro de 2008. Quem a assinou foi Filipa R. Nunes. Diz assim:

«Ao fim de tantos anos encontro algo tão bonito como essas palavras que foram proferidas, acerca de um Homem que me orgulho e tive o prazer de lidar. Esta pessoa magnifica que foi e o seus feitos incontáveis. Salvou não uma vida, mas muitas e foram estes os gestos que o denominavam, que o caracterizavam. Já passaram quase 10 anos após esse acontecimento, mas hoje como desejaria estar ao seu lado a ouvi-lo mais uma vez a contar as suas histórias, pois na altura não dei a atenção devida e agora sobram os seus manuscritos e a honra de ter feito parte da história e da vida deste Homem!!!! Obrigada a si, pelas palavras que tão bem me souberem enquanto as lia, recordei, sonhei e chorei.


Filipa R. Nunes

(14 - 05 - 2017, 17h21)


E o que escrevi?


Faleceu o Dr. Ribau


O sol brilhante e acariciador convidou-me esta manhã para um passeio pela nossa Av. José Estêvão. Meia dúzia de passos andados, dei de chofre com a notícia do falecimento do Dr. Maximiano Ribau, com a provecta idade de 96 anos. Licenciado em medicina pela Universidade do Porto, em 1940, desde essa data começou a exercer clínica na sua terra Natal, Gafanha da Nazaré.
O Dr. Ribau foi médico de inúmeras famílias e pessoas desta sua terra durante décadas. E em épocas de parcos haveres, para muitos, sempre atendeu os pacientes, sem preocupações de receber os honorários que lhe eram devidos. Tratava-os, ao domicílio ou no consultório, e depois se via…
Foi meu médico durante muito tempo, sobretudo durante uma grave doença pulmonar que me afectou, fatal para muitos nessa altura. Recordo bem a forma persistente com que me assistia, como me levava a especialistas para não haver dúvidas sobre o tratamento a seguir, como ralhava comigo quando não tomava alguns remédios intragáveis. E ainda recordo a sua alegria (e a minha) quando me deu por curado. Mas acrescentou, então sem perigo de me provocar qualquer angústia, que escapei por milagre.
Sempre lhe fiquei grato por isso. O Dr. Ribau ainda se envolveu nos assuntos da terra, chegando a criar a Cooperativa Humanitária, fruto de um sonho seu, que nunca chegou a atingir os objectivos que se propunha, por várias razões.
O Dr. Ribau, que hoje [22 de dezembro de 2008] nos deixou, perdurará na memória de muitos gafanhões como médico competente, interessado pelos seus doentes e amigo da sua terra e das suas gentes.
O seu funeral será amanhã [23 de dezembro de 2008], pelas 15.30 horas, com missa de corpo presente, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré.
Paz à sua alma.

Fernando Martins

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Recordando o Padre Abraão

Livraria Santa Joana
Apesar do tempo que passou, guardo lembranças de alguns encontros que tive com o Padre Abraão da Costa Lopes, oriundo da Arquidiocese de Braga e responsável pela Livraria Santa Joana durante alguns anos. E dessas lembranças ocorre-me salientar a simplicidade do seu viver e das suas relações com os frequentadores da livraria, não deixando passar a oportunidade de sugerir, delicadamente, esta ou aquela obra acabada de chegar. Dele, pois, recebi e aproveitei algumas propostas de compra.
O Padre Abraão, vocação tardia, com passagem pela Obra da Rua, também foi, tanto quanto sei, empregado de uma livraria. Daí, porventura, o prazer que ele sentia no ambiente livreiro. 
Porém, há outras facetas porventura pouco conhecidas do seu gosto pelos livros. Um dia entrei na livraria e ele convidou-me para ir ao seu gabinete. Sentei-me a seu convite e mostrou-me, com um sorriso largo a iluminar o seu rosto um pouco seco, um livro antigo com edição especial. Bonito e bem cuidado, o livro nem era de autor conhecido. Folheando-o, foi-me explicando a razão por que o havia comprado para seu regalo. Deu-me a entender que possuía mais obras raras… 
Um dia, numa reunião em Fátima, aberta a diretores e colaboradores dos órgãos de comunicação das dioceses, o diretor de um jornal de Coimbra anunciou, no decorrer da conversa, que a Lusa Atenas já possuía uma livraria destinada a publicações religiosas, nomeadamente teológicas, eclesiais e de espiritualidade, entre outros temas. E frisou: «Agora, quando precisamos de livros desta natureza, já não necessitamos de ir a Aveiro ou a Fátima para as adquirir.» E quando contei a história ao Padre Abraão, ele sorriu, silenciosamente, mas satisfeito.

Fernando Martins

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