Aveiro - As Pirâmides - 1930


Esta foto, da década de 30 do século passado, estava entre a minha papelada à espera de ser encontrada e tonada pública. Há muitas semelhantes, todos sabemos, mas esta teve o privilégio de cair nas minhas mãos, decerto a pensar que um dia voltaria a ver a luz do dia, para mostrar às novas gerações que o tempo do preto e branco, o mais natural, predominava. Contudo, não falta quem tenha preferência por esta técnica fotográfica, mais ao gosto, julgo eu, dos amadores da fotografia. Terão, as fotos, outra alma? 
A fotografia, como sempre, não engana ninguém. As pirâmides lá estão a marcar a paisagem e a dar nome ao lugar, que todos os aveirenses conhecem: "As Pirâmides". 

Grandes Veleiros

Veleiro no Porto de Aveiro
Como nado e criado com ria e mar à vista, gosto de veleiros, navios e barquinhos. Daí o ter ficado encantado quando os grandes veleiros nos visitaram, atraindo, num cálculo a esmo, milhares de visitantes, um pouco de todo o país. E de vez em quando, surgem na minha memória imagens que o tempo não consegue apagar nem esmaecer. 
Hoje fica no meu blogue este imponente veleiro, na esperança de que outros, de vários quadrantes, nos visitem em breve, para gáudio de todos nós. 

F. M. 

Eu sou do tempo disto... A Guarita


Eu sou do tempo disto. A Guarita, não sendo um monumento nacional, era um monumento com lugar garantido nas minhas memórias e de muitos da minha geração. Assisti à sua degradação, porventura a caminho do fim sem honra nem glória. Tinha cumprido a sua missão e, como tudo o que já não faz sentido, o seu fim estava traçado. Hoje, temos uma cópia na Jardim Oudinot, graças a entidades com mais sensibilidade e bom gosto.
Quando era miúdo, tantas vezes por ali andei, a pé ou de bicicleta. Sozinho ou acompanhado. Via gente a apanhar recebolo para os porcos. Diziam que a carne dos suínos tinha outro sabor. Teria? Não faço ideia, mas acredito no saber de experiência feito.

Recordações de Arganil em 2005



Arganil, com registo de nascimento anterior à nacionalidade portuguesa (o seu primeiro foral data de 1114 e foi-lhe concedido por D. Gonçalo, Bispo de Coimbra), é um pedaço do nosso passado coletivo e da nossa cultura. A sua beleza é indiscutível, ou não fosse a vila envolvida por serranias a perder de vista, com penhascos de recorte caprichoso a oferecerem-lhe e a oferecerem-nos paisagens inesquecíveis. 
Da sua história, respigamos a necrópole megalítica da Lomba do Canho, que uma guarnição romana ocupou muitos séculos depois, o Mosteiro de Arganil, de que se fala desde 1086, as festas e inúmeros monumentos de épocas diversas, e a gastronomia, de sempre: o cabrito assado, o arroz de miúdos, o pão caseiro e a tigelada, decerto criada no Mosteiro de Folques, no século XVII. 
Logo à entrada, recebe-nos a capela de S. Pedro (dos finais do século XIII), verdadeira jóia do Gótico. Fechada ao público, só pudemos apreciar o seu exterior, o mesmo tendo acontecido com a matriz. Já a igreja da Misericórdia, pequena e bonita, com o seu altar e trono a surpreenderem-nos pela singularidade da beleza que ostentam, encantou-nos. Um órgão de tubos, enorme em relação ao templo, afinado e com óptimo som, como nos testemunhou uma devota residente, e o púlpito de antanho exibem o cuidado com que tudo ali é tratado.

Caramulo - Curva na estrada


Serra do Caramulo. Curva da estrada. Aldeia à vista. A energia graças ao vento. Pedras soltas. A montanha desafiante. Convite para um passeio. Venha a primavera. Fico à espera. 

Gafanhoa de antigamente


Há anos, alguém teve a gentileza de me oferecer esta fotografia, como sendo de uma gafanhoa dos tempos dos nossos avós. Por essa altura, ainda conheci muitas velhinhas que se vestiam assim, sobretudo se eram viúvas. Depois, as mulheres deixaram de usar chapelinho (acho que era assim que se chamava) e o xaile também passou de moda. Esta velhinha, de luto pesado, com chanatos, meias grossas, saia e blusa pretas e avental da mesma cor, com lenço a cobrir todo o cabelo, era, realmente, uma mulher conformada com a vida. Haja uma, ao menos, que se apresente assim no nosso Etnográfico. Mas que não seja uma moça jovem, que naqueles tempos as raparigas já não se apresentavam desta maneira.

A história do Etnográfico tem de ser contada

O Grupo Etnográfico nasceu nesta festa da Catequese, em 1980/81


O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN) tem um historial  muito rico, que não pode cair no esquecimento. Tanto quanto sei, há muitos membros da associação que sabem bastante da sua história, porque têm vivido desde o início envolvidos em tarefas de recolha, estudo e preservação do valioso espólio que o Etnográfico possui. 
Hoje, para acicatar o interesse por esta importante tarefa da elaboração da história do GEGN, aqui ofereço aos meus leitores uma fotografia, onde pontificam alguns pioneiros ainda vivos, graças a Deus, havendo outros já falecidos, como é o caso do Tio Retinto, o qual  ensinou os primeiros passos de dança e as primeiras cantigas, como foi o caso de “A Farrapeira”, que bem me lembro. 
Mãos à obra. 

Fernando Martins 

Movimento de Schoenstatt na Diocese de Aveiro


Santuário numa fase da construção
O Movimento Apostólico de Schoenstatt está a entrar num ano jubilar, a que não poderei ficar indiferente. Acompanhei, direta ou indiretamente, os primeiros passos da espiritualidade mariana daquele movimento entre nós, pois foi na Gafanha da Nazaré que o sonho de alguns se tornou realidade, mobilizando famílias e pessoas, jovens e menos jovens, que aderiram à causa, sentindo-se, ainda hoje, tocadas pela Mãe e Rainha, Santuário e Padre Kentenich, os três pilares da espiritualidade schoenstattiana. 
Assim, nestes nove meses que antecedem a celebração dos 40 anos do Santuário de Aveiro, vai realizar-se, todos os dias 21, às 21 horas, uma novena no Santuário, aberta à participação de todos os interessados. 
Por mim, tentarei divulgar, neste meu espaço de memórias, o que vier a propósito sobre o Movimento de Schoenstatt entre nós, até à festa jubilar. 

Fernando Martins

NOTA: Fico à espera do contributo dos meus amigos. Obrigado.

A Bruxa para recordar

É aqui que se bebe o cervejão
Uma explicação oportuna
Costa Nova do outro lado
A Lita com frio, mas a sorrir
Aspeto da Marina da ANGE
Barquinhos na hora do descanso
Outro aspeto da Marina da ANGE

O desafio de passar pela Bruxa veio da Lita, num dia de folga para descontrair. O tempo, frio e chuvoso, não era convidativo, tanto mais que, na nossa idade, um resfriado pode ser muito perigoso. Mas lá fomos, bem agasalhados, ao encontro da célebre Bruxa, com algumas hipóteses para o seu batismo na nossa cabeça.
Há tempos (como a vida passa a correr!), até houve nos meus blogues uma tentativa para descortinar o fenómeno atrativo que aquele recanto da Gafanha da Encarnação suscita, mas, cá para nós, não houve consenso. Eu sei que o nosso amigo Senos da Fonseca e outros já se debruçaram, com saber e arte, sobre a Bruxa, mas tenho para mim que, o que importa, é fazer a experiência do cervejão. De preferência no verão, ou quando o sol nos convidar...

Fernando Martins

Farol e boca da barra à vista



Por estar por aqui  fechado, que o tempo não me liberta, tive hoje vontade de sair para ver o mar e o nosso farol.  Não fui, é certo, mas há sempre formas de contornar as dificuldades. Se Maomé não vai à montanha, vai a   montanha até ele. E assim, recorrendo aos meus  arquivos, que felizmente não faltam, aqui está uma forma de matar saudades. A fotografia não terá nada de especial, mas tem o condão  de me lembrar o que há de bonito nesta terra que me viu nascer há tanto tempo. E a primavera não vem a caminho?
 

Egas Moniz na estação do Porto

  Quando vou ao Porto, a capital do Norte, lembro-me com frequência dos painéis que decoram a sala de entrada da Estação Ferroviária. Nunca ...