CARNAVAL: Gente feliz e galhofeira


Estamos no carnaval de tantas tradições em muitas terras do nosso país e no mundo em geral. Não me levem a mal, mas é festa que nada me diz. Não me perguntem porquê, porque não sei explicar. Sempre fui assim. Contudo, nada tenho contra os que vivem com intensidade transbordante estes festejos. 
Desde menino que via passar os mascarados a que não achava graça nenhuma. Muitos, a pé ou de bicicleta, mais tarde de motorizada e até de carro, exibiam-se naturalmente e,  falando com disfarce de voz, tentavam levar-nos a descobrir quem eram. Ficava-se por aí e a caravana, muito diferente do que veio depois, continuava. Não muito grande, é claro. Mais tarde, com o tempo, as coisas refinaram-se. 
Em épocas ainda da minha meninice e juventude, surgiram as cegadas em que o futuro fantocheiro Armando Ferraz foi mestre. Eram grupos maiores que se exibiam em zonas estratégicas da nossa terra e que tinham a sua graça. Tudo passou e presentemente o carnaval movimenta imensa gente, em algumas povoações, com organizações artísticas, reis e rainhas importados, ou escolhidos entre as populações. Gente bonita ou com graça. Tudo bem. Mas eu, que não me meto em apertos, não vou a esses festejos. Mas não quero deixar de desejar a toda a gente que seja muito feliz, otimista e galhofeira, com ou sem carnaval. 

FM


Avenidas, ruas, alamedas, largos, jardins, travessas e becos


Quem dá uma ajuda?

A Gafanha da Nazaré tem avenidas, ruas, becos, alamedas, jardins, largos e travessas, cujo número nem consigo calcular. E também  sei que há, na Junta de Freguesia e na Câmara de Ílhavo, registo disso. Mas gostaria de saber, para além do número dos caminhos que calcorreamos, a história de cada avenida, rua, alameda, largo, jardim, travessa e beco. De quase tudo se saberá, porque é óbvio. Mas há designações curiosas que poucos saberão explicar.
Há anos, fui com o então presidente da Junta, Mário Cardoso, à cata de algumas curiosidades, que registei no meu blogue. Depois, o projeto não teve seguimento. Ainda pedi aos gafanhões que me ajudassem, mas ninguém teve pachorra para isso. Contudo, hoje lembrei-me de voltar ao tema. Não será preciso escrever muito. Basta um telefonema (934 210 446) e eu cá me encarregarei de registar o que me contarem. A foto fica por minha conta. 

Evocando D. João Evangelista como Bispo de Vila Real

Chegada à estação de Vila Real


Multidão no largo da Sé

Apresentação no púlpito




NOTA: Reportagem publicada na revista "Ilustração Moderna" - Março de 1927

Forte Novo ou Castelo da Gafanha para os mais velhos recordarem

Forte Novo ou Castelo da Gafanha
Mais uma foto bastante antiga que ofereço aos mais idosos, em especial, porque hão de gostar de a ver. É que a imagem, de tempos que não consigo precisar, pode suscitar comentários que, no fundo, servirão para compor a história deste recanto da Gafanha da Nazaré. E neste caso, muitos jovens sairão enriquecidos porque o saber não ocupa lugar, mas dá-nos substrato que nos ajuda a conhecer a evolução e o progresso da nossa região.

Naus, Navios e Caravelas em Aveiro


Efeméride: 
1552 - 18 de fevereiro 

Cartaz do meu arquivo

«Em cumprimento de uma ordem recebida, Jorge Afonso, juiz de fora de Aveiro, enviou a El-Rei o rol de todas as “naus e navios e caravelas que nesta vila há”, no total de 72 embarcações». 

“Calendário Histórico de Aveiro” 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar 


NOTA: Será que, neste ano da graça de 2019, teremos no Porto de Aveiro 72 embarcações de grande porte? Afinal, Aveiro, no século XVI, já era um porto importante.

JARBA passa a JAPA


Há tempos, tive a oportunidade de registar em foto um dado curioso, bem à vista de quem passa. Hoje, porém, ao consultar o "Calendário Histórico de Aveiro", da autoria de António Christo e João Gonçalves Gaspar, para ver o que teria acontecido em 18 de fevereiro de 1950, verifiquei  que o acrónimo JARBA (Junta Autónoma da Ria e Barra de Aveiro)  deu lugar à JAPA (Junta Autónoma da Barra de Aveiro). A JARBA, afinal, nasceu por decreto de 7 de dezembro de 1921, mas somente foi regulamentado em 18 de dezembro der 1923.
Os anos foram passando e as circunstâncias foram mudando. Em 1950 nasce a JAPA (Junta Autónoma do Porto de Aveiro), integrada nos estatutos orgânicos dos portos, e assim foi designada até 1998, ano em que, por decreto-lei n.º 339/98, de 3 de novembro, foram extintas as Juntas Autónomas. No mesmo ano foi criada a APA (Administração do Porto de Aveiro). 
O edifício, que tem a idade indicada no cimo, era um armazém daquela entidade portuária.

Trajes e bicicletas de antigamente



Partilho hoje, neste meu espaço de memórias, uma fotografia dos meus arquivos, com trajes e bicicletas de antigamente. Tem andado na moda recuperar antigos velocípedes, não faltando quem se dedique a essa tarefa com saber e bom gosto. Em dias festivos, é certo e sabido que não faltam os apaixonados por antiguidades. Ali está a mulher com chapéu de palha e três gafanhões exibindo boné, boina e barrete, montados nas suas recuperadas bicicletas do tempo dos seus pais ou avós.Não consigo ver bem, mas o gafanhão, terceiro a contar da esquerda, apresenta as suas ceroulas de flanela, com atilhos em baixo. O do colete tem respeito  pelas horas certas, com o seu relógio de bolso.

O Farol do Cabo Mondego é mais antigo que o nosso

Farol do Cabo Mondego 
Farol do Cabo Mondego. Um dia destes dias vou passar por lá para matar saudades. O recanto da Serra da Boa Viagem, onde está o farol, com o oceano a seus pés a desafiar a nossa imaginação, é mesmo de uma serenidade ímpar.
O Farol do Cabo Mondego é mais antigo do que o nosso, o da Barra de Aveiro, com mais 15 mil visitantes no último ano. Mas na idade leva-nos a palma, pois foi inaugurado em 1858, quando o nosso somente viveu a festa em 31 de agosto de 1893. Aliás, quando se reclamou um farol para a Barra de Aveiro, argumentava-se que, entre a Foz do Mondego e a Foz do Douro, não havia qualquer sinalização luminosa que evitasse os naufrágios. 
Hoje orgulhamo-nos do nosso Farol e honramos o Farol do Cabo Mondego, com toda a justiça.

Dia Mundial da Rádio - 13 de fevereiro



O  rádio da minha juventude tem lugar de honra na minha tebaida

O Dia Mundial da Rádio celebra-se hoje, 13 de fevereiro. Foi neste dia que a United Nations Radio emitiu pela primeira vez, em 1946, em simultâneo, para um grupo de seis países, como se pode ler  no Google em  notas referentes a esta efeméride. 
Quando nasceu a TV, logo surgiu a ideia de que esta nova tecnologia da comunicação acabaria, mais dia menos dia, por destronar a Rádio, que tanta gente mobilizava, quer como profissionais quer como ouvintes. Mas tal não aconteceu. A Rádio, na minha modesta opinião, soube resistir e adaptar-se. 
Durante a minha juventude, fui ouvinte assíduo das emissoras de rádio, tanto nas horas de noticiário como durante os períodos de música, de mistura com relatos de competições desportivas, entrevistas e outras reportagens, neste caso com “retratos” de terras da nossa terra. 
Na altura em que me encontrava doente, acamado, como diversas vezes tenho dito, a Rádio foi minha fiel companheira de horas e horas, destacando-se um programa de discos pedidos que alguns amigos me dedicavam, com solicitações feitas via postais do correio. E ainda tenho presente no saco das boas recordações algumas entrevistas feitas por Igrejas Caeiro, um radialista e produtor de muito nível, que trabalhava com a sua esposa Irene Velez. 
Ouvia também as comunicações via rádio, onda curta, entre os mestres das traineiras e os capitães dos navios bacalhoeiros, estes, sobretudo, quando regressavam dos bancos da Terra Nova e Groenlândia. Nos primeiros casos, os mestres comunicavam como decorriam as pescarias, se havia muito ou pouco peixe (dizia-se, na altura, que falavam por código). E das comunicações dos bacalhoeiros ficávamos a saber o dia e hora da chegada à entrada da barra, onde os navios eram esperados com euforia. 
Ainda lembro a Hora da Saudade, com mensagens gravadas para as tripulações dos navios da pesca do bacalhau, enviadas pelos seus familiares. Eu próprio falei para o meu pai,  lendo uma mensagem curta mas muito sentida. 
Hoje, tantos anos depois de a TV dominar grande parte do mundo da comunicação, eu continuo a dar preferência aos programas de rádio, enquanto trabalho nos meus espaços. Nos meus gostos, estão a música variada e selecionada com critérios diversos, conforme a estação emissora, os noticiários sintéticos baseados na máxima de que a rádio dá a notícia, a TV mostra-a e o jornal tem por função explicar,  com mais pormenor, o que aconteceu. 

Fernando Martins

O meu recanto e a planta de minha mãe




Gosto do meu recanto criado no sótão. Ali, depois de subir degrau a degrau, agarrado ao  corrimão, isolado do burburinho caseiro, leio tranquilamente, sem nada que me possa perturbar. Só há uma janela  para ver a paisagem, pela qual vejo ao longe a mata da Gafanha, que vi crescer desde a minha infância. Silêncio de ouro. Nem sombra de gente e de carros, nem o sol do entardecer a pousar no mar, nem o chilrear da passarada, apenas a chuva que marca o ritmo no telhado de chapa ensanduichada. 
Na minha frente, ao lado da janela, há uma planta herdada de minha saudosa mãe. Até parece que a estou a ouvir: “Rega-me essa planta; não vez que está a precisar de água?” 
Levanto-me, pressuroso, e confirmo. Pego na garrafa, sempre disponível, e rego a planta que minha mãe nos deixou. 

F. M.

Egas Moniz na estação do Porto

  Quando vou ao Porto, a capital do Norte, lembro-me com frequência dos painéis que decoram a sala de entrada da Estação Ferroviária. Nunca ...