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O meu recanto e a planta de minha mãe




Gosto do meu recanto criado no sótão. Ali, depois de subir degrau a degrau, agarrado ao  corrimão, isolado do burburinho caseiro, leio tranquilamente, sem nada que me possa perturbar. Só há uma janela  para ver a paisagem, pela qual vejo ao longe a mata da Gafanha, que vi crescer desde a minha infância. Silêncio de ouro. Nem sombra de gente e de carros, nem o sol do entardecer a pousar no mar, nem o chilrear da passarada, apenas a chuva que marca o ritmo no telhado de chapa ensanduichada. 
Na minha frente, ao lado da janela, há uma planta herdada de minha saudosa mãe. Até parece que a estou a ouvir: “Rega-me essa planta; não vez que está a precisar de água?” 
Levanto-me, pressuroso, e confirmo. Pego na garrafa, sempre disponível, e rego a planta que minha mãe nos deixou. 

F. M.

O MEU SÓTÃO

Máquina de costura antiga.  Em baixo um ninho da gata 

Um sótão que se preze é sempre uma preciosa inspiração de estórias. O meu não foge à regra. Não tem sido meu hábito subir, o que não acontece com a minha Lita, que tem lá a morar as nossas gatas, mãe e filha, a Bijú e a Guti, que trata como se pessoas da família fossem. Alimentação sadia e adequada, higiene diária e companhia exigida por elas. Se a Lita demora, elas encarregam-se de a avisar.
No sótão há de tudo: Livros e revistas considerados pouco necessários, cassetes e CD ultrapassados pelas novas tecnologias, os ninhos das gatas para diversos gostos e temperaturas, um rádio com uns 60 anos, uma TV à espera de quem a considere um mono sem qualquer préstimo, cadeiras, sofá, um lavatório da avó da Lita, uma máquina de costura antiga de fazer ponto ajour, fotografias de filhos meninos e adolescentes, entre mais umas coisas, que não conseguimos despachar para o lixo, um emblema do Sporting, alto-relevo, que resiste a umas seis décadas, oferecido por um amigo que hoje me trouxe gratas recordações para contar um dia destes.
Tendo tantos motivos para visitar frequentemente o meu sótão, por que razão o ignorava? Ia a correr e a correr descia sem olhar para o que por ali está com tantas estórias para tão interessantes evocações.
Mas agora está a ser diferente: Convenci-me que tenho de fazer exercício físico e a bicicleta, que há tempos foi atirada também para o sótão por falta de uso, voltou à vida. Graças à minha decisão, claro.

Egas Moniz na estação do Porto

  Quando vou ao Porto, a capital do Norte, lembro-me com frequência dos painéis que decoram a sala de entrada da Estação Ferroviária. Nunca ...